sexta-feira, julho 21, 2006

Dicionário de Cama

The Sleeping Dictionary. 2003. De: Guy Jenkin. Com: Jessica Alba e Bob Hoskins

Esse filme é um achado de minhas andanças pela locadora. Apesar do título sugestivo, deixei-me levar pela bela capa do DVD. Ambientado em 1936, época do Imperialismo, John Truscott, um jovem inglês muito lindinho com carinha de cachorro abandonado (Hugh Dancy) vai para Sarawak, uma colônia britânica na África, para conviver com a tribo dos Iban a fim de completar seus estudos universitários. O objetivo de John é, assim como foi o deu seu pai, levar educação para os chamados "povos de cultura primitiva" (ai,será que algum antropólogo ou sóciolinguista viu esse filme?).Chegando lá, ele é amparado por Henry (Bob Hoskins) outro inglês que está a mais tempo entre os Iban é a pessoa que apresenta John a um costume muito peculiar: o dicionário de cama. Para Ibans e Ingleses, a melhor maneira de se aprender um língua estrangeira é na cama (então tá...). Assim, Selima (Jessica Alba), uma bela nativa, passa a conviver com John como sua esposa e, em meios aos lençóis, John deve ensinar para Selima o Inglês enquanto ela o ensina a língua de sua tribo. A princípio, o conservador John se recusa a se utilizar desse método ...humm... peculiar, mas aos poucos ele sucumbe a atração que sente por Selima, que por sua vez não podemos culpar por cair de amores por um belo par de olhos azuis. Assim começa o intercâmbio sexual e cultural do jovem casal, que aliás, se prova muito eficiente. Óbvio que o inevitável acontece: os dois estão completamente apaixonados um pelo outro, porém numa trradição em que o sexo é permitido mas o amor não (uou), John e Selima enfrentam um grande dilema: eles não podem ficar juntos. Selima deve casar com um homem de sua própria tribo e John deve voltar para sua Inglaterra natal e como um bom britânico, cumprir seu dever cívico de escolher uma esposa de seu próprio meio social. Note que ambos têm que se separar sob pressão de pena de morte! Assim, John volta para Inglaterra e se casa com a filha de Henry enquanto Selima casa-se com o futuro chefe de sua tribo. Porém, um ano depois, John está de volta à tribo africana acompanhado de sua mulher para dar continuidade ao projeto de implementação de uma escola para as crianças Iban. Ao voltar a ver Selima, ele descobre outra coisa óbvia: ele não consegue ser feliz com sua esposa porque simplesmente não foi capaz de deixar de amar e esquecer seu dicionário de cama. O que deve o jovem inglês fazer diante dessa nova chance que a vida lhe dá: jogar para o alto o seu casamento e fugir com Selima ou manter-se em sua digna posição de oficial casado?
É interesante observar o conflito que se estabelece entre a emoção e a razão, entre fazer o que é certo e aquilo que se quer. Como telespectadora, fiquei agoniada até o momento final para ver o que John iria decidir, enquanto meus olhinhos se enchiam de lágrimas por descobrir que o amor pode mesmo superar todas as coisas.
Até a próxima!