domingo, novembro 19, 2006

Sonny, o Amante

Sonny. 2002. De: Nicolas Cage. Com: James Franco e Mena Suvari.

Minha atual paixonite platônica atende pelo nome de James Franco.
Quando eu estava no 3º período da Faculdade, nossa professora de Literatura Comparada pediu para que lêssemos "Tristão e Isolda". Romance de cavalaria, amor-cortês, amor-paixão, um caveleiro, um herói medieval. Com todos esses ingredientes não havia como eu não gostar do livro. Daí, o livro vira filme esse ano e Tristão é personificado no ator James Franco. É claro que eu fiquei caidinha por esse lindinho que eu já conhecia da excelente série "Freeks and Geeks" e do blockbuster "Homem Aranha".
Daí, nessa semana, essa menininha apaixonada, vasculhando a seção de DVDs das Lojas Americanas encontra o seguinte DVD: Sonny, o Amante. Tá, que título é esse, meu Deus? Será uma versão genérica de Alfie, o Sedutor, com meu galã inglês Jude Law?
Mas daí eu vejo quem é Sonny: James Franco. Ok, nunca tinha ouvido falar do filme, mas meu objeto de desejo atual estava à venda por R$ 12,90 e é claro que eu comprei.
Sonny Phillips (James Franco) é um rapaz de 26 anos que volta para sua cidade natal de Nova Orleans após passar 3 anos servindo ao exército. Sua mãe é uma ex-prostituta que agora vive de agenciar uma nova garota, Carol (Mena Suvari). O próprio filho foi transformado em prostituto pela mãe quando ainda era apenas um garoto, mas não há qualquer mágoa do agora homem Sonny em relação à sua mãe ou a seu passado. Para essa família desfuncional, a prostituição é um modo de vida como qualquer outro. Porém, Sonny tem outras ambições, que não incluem sua volta a esse mundo de sexo. No exército, ele desenvolveu um interesse por livros e ambiciona trabalhar na livraria do pai de um amigo seu. No decorrer da trama, seus planos não dão certo, e Sonny não vê outra saída ao não ser voltar a fazer programas para se sustentar enquanto tenta lidar com seus planos frustrados de uma nova vida e sua paixão por Carol.
O filme traz cenas de sexo, nudez e uso de drogas, mas não acho que esse seja o mais importante no meio de uma história que nos leva para um mundo pouco conhecido que é o da prostituição masculina,além da relação conflituosa e amorosa entre mãe e filho, a dificuldade e mesmo o medo que as mudanças provocam em nossas vidas além da dificuldade que temos em nos ajustar quando nossos planos não saem exatamente como havíamos planejado. Creio que em algum monento, todos nós podemos nos identificar com o personagem título. Vale a pena conferir.
Até a próxima!


quarta-feira, setembro 27, 2006

Últimos filmes vistos por Fah


Não é Amélie, mas Mathilde nos encanta com sua obstinação pelo seu amado Manech que teria sido morto na guerra. Essa, segundo Audrey Tautou seria a avó da nossa querida Amélie e é cativante do seu jeito... O filme oferece lindas tomadas e uma história de amor narrada diferentemente (prato cheio para os teórico literários de plantão). Um filme para ser contemplado.

Tudo é iluminado pela luz do passado! Filme de uma beleza visual e espiritual estupendo! Como a própria Lívia já comentou como esse filme é especial, venho aqui somente ressaltar e ousar dizer que cinéfilo que se preste não ficará sem vê-lo!

A morte pode ser divertida! Contudo, ao invés de ensinar a criança que o que é 'bonito' é bom e o que é 'feio' é ruim, aqui até a diferença entre ter pulso ou não é irrelevante no que se refere a caráter. Mostra uma menssagem de otimismo, afinal todos podemos ser felizes, inclusive do outro lado. Muito divertido e meigo! Mistura terror e sublime de uma maneira maravilhosa.

sexta-feira, julho 21, 2006

Dicionário de Cama

The Sleeping Dictionary. 2003. De: Guy Jenkin. Com: Jessica Alba e Bob Hoskins

Esse filme é um achado de minhas andanças pela locadora. Apesar do título sugestivo, deixei-me levar pela bela capa do DVD. Ambientado em 1936, época do Imperialismo, John Truscott, um jovem inglês muito lindinho com carinha de cachorro abandonado (Hugh Dancy) vai para Sarawak, uma colônia britânica na África, para conviver com a tribo dos Iban a fim de completar seus estudos universitários. O objetivo de John é, assim como foi o deu seu pai, levar educação para os chamados "povos de cultura primitiva" (ai,será que algum antropólogo ou sóciolinguista viu esse filme?).Chegando lá, ele é amparado por Henry (Bob Hoskins) outro inglês que está a mais tempo entre os Iban é a pessoa que apresenta John a um costume muito peculiar: o dicionário de cama. Para Ibans e Ingleses, a melhor maneira de se aprender um língua estrangeira é na cama (então tá...). Assim, Selima (Jessica Alba), uma bela nativa, passa a conviver com John como sua esposa e, em meios aos lençóis, John deve ensinar para Selima o Inglês enquanto ela o ensina a língua de sua tribo. A princípio, o conservador John se recusa a se utilizar desse método ...humm... peculiar, mas aos poucos ele sucumbe a atração que sente por Selima, que por sua vez não podemos culpar por cair de amores por um belo par de olhos azuis. Assim começa o intercâmbio sexual e cultural do jovem casal, que aliás, se prova muito eficiente. Óbvio que o inevitável acontece: os dois estão completamente apaixonados um pelo outro, porém numa trradição em que o sexo é permitido mas o amor não (uou), John e Selima enfrentam um grande dilema: eles não podem ficar juntos. Selima deve casar com um homem de sua própria tribo e John deve voltar para sua Inglaterra natal e como um bom britânico, cumprir seu dever cívico de escolher uma esposa de seu próprio meio social. Note que ambos têm que se separar sob pressão de pena de morte! Assim, John volta para Inglaterra e se casa com a filha de Henry enquanto Selima casa-se com o futuro chefe de sua tribo. Porém, um ano depois, John está de volta à tribo africana acompanhado de sua mulher para dar continuidade ao projeto de implementação de uma escola para as crianças Iban. Ao voltar a ver Selima, ele descobre outra coisa óbvia: ele não consegue ser feliz com sua esposa porque simplesmente não foi capaz de deixar de amar e esquecer seu dicionário de cama. O que deve o jovem inglês fazer diante dessa nova chance que a vida lhe dá: jogar para o alto o seu casamento e fugir com Selima ou manter-se em sua digna posição de oficial casado?
É interesante observar o conflito que se estabelece entre a emoção e a razão, entre fazer o que é certo e aquilo que se quer. Como telespectadora, fiquei agoniada até o momento final para ver o que John iria decidir, enquanto meus olhinhos se enchiam de lágrimas por descobrir que o amor pode mesmo superar todas as coisas.
Até a próxima!

sexta-feira, junho 30, 2006

O Mercador de Veneza

The Merchandt of Venice, Direção e roteiro: Michael Radford, EUA, 2004, 138 min

Antes de tudo, estamos lidando com um texto de Shakespeare sendo adaptado ao cinema, o que tem grandes chances de soar chato, enfadonho e não passar com genialidade a peça para as telas. Confesso que mesmo sendo recomendado peguei com receio o filme das prateleiras da locadora, contudo o que vi valeu dobrado e compensou ver outras adaptações dessas que não fazem jus.

O filme se passa em Veneza e trata da história de um mercador (ótimo Jeremy Irons), o qual faz uma tremenda dívida com o judeu Shylock (espetacular Al Pacino), pelo seu amoroso amigo de muita estima Bassanio (o Shakespeare apaixonado, Joseph Fiennes) que almeja cortejar a belíssima e cobiçada Porcia (encantadora Lynn Collins). O enredo se desenvolve em volta de complicações sociais (o preconceito contra Judeus que são estigmatizados e isolados num gueto da cidade, além de perseguidos por praticarem usura), amorosas (é evidente o amor do mercador, Antonio, por Bassanio, que está disposto a pagar sua dívida pelo moçoilo com sangue), também trazendo a questão da confiança belamente tratado (tanto de pai e filho, quanto entre amantes).

O que me dói mais a consciência é não ter lido a peça para constatar o que de fato é Shakespeare e o que foi interpretação do roteirista e diretor Michael Radford. Porém, são inegavelmente clássicos os diálogos suntuosos como no momento em que o Shylock encontra seu amigo judeu, Tubal, com notícias de sua filha além de ‘boas novas’ sobre a falência de Antonio; Shylock destila vontade de vingança contra o mercador por conta do sumiço da sua filha e de seu bom dinheiro. Outro momento muito especial do filme é quando Bassanio está para escolher um dos três baús deixados pelo sábio pai de Porcia, no qual em um deles a donzela estaria trancada: um de chumbo, um de ouro e outro de prata. Bassanio nos delicia com o motivo de sua escolha e de Porcia arranca lágrimas apaixonadas.

Mas uma ênfase final gostaria de dar ao fato de que Shakespeare está em todo lugar, até no Auto da Compadecida. Quem não achou brilhante aquela saída, no final do filme, da filha do fazendeiro dizendo que o pai não poderia tirar uma gota de sangue do Chico, mas só a tira de couro afinal sangue não estava no contrato? Bem, quem ver Mercador de Veneza verá do que falo. ;)

segunda-feira, abril 10, 2006

Conta Comigo

Stand By Me. 1986. De: Rob Reiner. Com River Phoenix e Kiefer Sutherland.

Continuando na onda dos clássicos iniciadas por Thiago, gostaria de falar de um filme que merece esse título por dois motivos: primeiro porque é muito bom e segundo porque volta e meia passa na Sessão da Tarde.
O filme é uma adaptação da história 'O Corpo' (The Body), de Sthephen King, autor que aliás nunca li em minha vida literária.Escolhi falar de Conta Comigo porque o filme tem como tema principal um assunto sobre o qual venho pensando profundamente nos últimos tempos: a amizade e porque somos amigos de quem somos.
O filme é a história de 4 garotos- Gordon, Chris, Vern e Teddy - de uma pequena cidade dos Estados Unidos,que têm histórias de vida diferentes, mas juntos decidem partir rumo a uma aventura: encontrar o corpo de um menino atropelado por um trem. O que começa com uma simples brincadeira, uma oportunidade de sairem de suas rotinas por um único dia, torna-se algo maior, que eles jamais poderiam imaginar.Durante a jornada, seus caráteres,medos e angústias são revelados. Encontrar o corpo do garoto passa a ser um símbolo, um rito de passagem da inocência infantil para a realidade do mundo adulto.
Toda a história é contada em forma de narrativa por um Gordon adulto que relembra esse episódio de sua meninice ao se deparar com uma notícia de jornal.No fim do filme, ao olhar para seu filho, Gordon, nesse momento interpretado por Richard Dreyfuss, olha para o seu filho e diz uma das frases que eu mais gosto quando se trata de cinema:
I never had any friends later on like the ones I had when I was twelve. Jesus, does anyone?

(Nunca mais tive amigos como os de quando tinha 12 anos. Jesus, será que alguém teve?)
Até a próxima

sábado, fevereiro 25, 2006

Orgulho e Preconceito

Pride ande Prejudice, 2005, direção: Joe Wright.

Keira Knightley não deverá ganhar o Oscar (tb, pudera!), contudo sua atuação em Orgulho e Preconceito marcará aquele que assistir a trama. A personagem com muita simplicidade nos passa toda a 'espuletisse' e convicção, sem perder aquele 'q' de ternura. A história gira em torno de uma família com 5 meninas prontas pra casar, com suas mãe desesperada por arranjar um bom partido pras filhas (lê-se um passo a frente na pirâmide social).

O filme nos faz mergulhar num mundo de risadinhas, boatos e amores a flor-da-pele. O casal que parece se odiar, Mr. Darcy e Elizabeth, fazem daquele recurso usado indiscriminadamente em comédias romanticas (de casal que se odeia), dar certo. Acaba-se por transcorrer a história numa aurea de encantamento e, não podemos deixar de observar, a riqueza das falas.

Apesar de não ter visto outras adaptações e nem ter lido o romance de Jane Austen, ouso dizer que esta foi uma das melhores adaptações da história. Vale a pena degustá-la e torcer pelo casal mais improvável: o anti-social taciturno muito ruico e a alegre teimosa garota de família pobre. Filmes como esse além de levantar o espírito nos fazem crer que o amor é algo a ser meticulosamente engendrado pra ser especial, e não uma saida de emergência, como subterfúgio de sair casa dos pais pra deixar de ser solteirona).

Aconselho mesmo o filme, a história é linda mesmo e em especial o tratamento que ela levou agora. Não me admira o sucesso desse casal, que na improbabilidade e antagonismo se torna o mais perfeito. E detalhe, não tem uma cena de beijo no filme!

Inté, e olha que o Oscar está chegando e com ele a torcida pelos nossos favoritos!

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Johnny & June

Walk The Line.2005. De: James Mangold. Com Joaquin Phoenix e Reese Whiterspoon.

Finalmente consegui ver esse filme hoje! Estava bastante ansiosa e não fiquei desapontada.
Johnny & June começa mostrando a infância de JR Cash, que mais tarde viria a se tornar Johnny Cash, um grande nome da música americana. O menino Johnny cresceu ouvindo a menina June cantar no rádio enquanto levava uma vida simples na companhia de seu adorado irmão mais velho e do pai autoritário. Quando Jack, o irmão mais velho, morre num trágico acidente enquanto trabalhava, Jonnhy tem de crescer lidando com a falta que sente de Jack e a indiferença de seu pai.
Johnny se torna um homem, se alista na Força Aérea Americana, se casa, tem 2 filhas e tenta a vida como vendendor ambulante, mas a paixão que sente pela música é algo que Johnny não consegue conter.Assim, com algum sacrifício, ele consegue gravar um disco que logo cai no gosto dos americanos. Quando Johnny começa a excursionar pelo país cantando suas músicas na companhia de nomes que mais tardes seriam eternizados como Jerry Lee Lewis, Roy Orbison e Elvis Presley, ele conhece June Carter, que também está em turnê. Logo no primeiro encontro (que obviamente é acidental) Johnny se encanta com June, o clássico amor à primeira vista e percebe-se que June também sente algo por Johnny. Daí começa a trajetória dos dois, uma aliança de amor e amizade tanto encima de palcos encantando platéias como no dia-a-dia.
A relação amorosa é algo mais complicado, pois Johnny é casado e June, divorciada, enfrenta o preconceito de sua situação na América dos anos 60. June é tudo para Johnny, que sofre com a depedência de pílulas e álcool, mas ela tem medo de se entregar à paixão que sente pelo amigo e acima de tudo, sabe que Johnny não está pronto para um compromisso mais sério. Ele deve se livrar da dependência química. Nesse momento delicado, June permanece ao seu lado.
Dos filmes que foram indicados ao Oscar esse ano só vi O Segredo De Brokeback Mountain, portanto não posso afirmar com certeza, mas acho uma grande injustiça que Johnny & June não esteja concorrendo ao maior prêmio da noite. Assim, estarei torcendo fervorosamente para que Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon levam para casa as estatuetas de Melhor Ator e Atriz respectivamente.
Assitam o filme! Se por mais nada, apenas para ver Phoenix todo de preto lançando olhares apaixonados para Reese enquanto toca seu violão. Ai ai..
Até a próxima!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

As Loucuras de Dick e Jane

Agora em cartaz trazendo Jim carrey como sua estrela principal, o filme "As Loucuras de Dick e Jane" vem com a proposta de trazer além da comédia uma certa reflexão a cerca dos rumos das grandes empresas, mercado de trabalho e a competitividade. Apesar de trazer boas cenas cômicas (como a do personagem do Carrey indo buscar emprego numa frente de trabalho pra 'xicanos'), o filme acaba por pecar naquelas 'mesmisses' do estilo de filme ao qual se tem o problema e de repente cai do céu a grande solução que é posta em prática e que mesmo com algumas adversidades dá certo e terminam todos felizes para sempre.
Esperava algo mais maduro do início ao fim vindo de um projeto do Jim Carrey que já estrelou maravilhosos dramas como 'O show de trumman' e 'Mundo de Andy', além do melancólico em 'Brilho eterno de uma mente sem lembranças'. Contudo seu personagem agora não passou de uma caricatura (como as vistas no início de carreira), mesmo com uma certo 'requinte' na história. Podemos classificá-la simplesmente como uma comédia adulta com um final feliz a la sessão da tarde.
Diria que é um filme mediano, com risos a serem tiradas de ironias sutiz até demais e um final feliz, mas não o suficiente pra salvar o filme como um todo.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Uma Vida Iluminada

Everything Is Illuminated. 2005. De: Liev Schreiber. Com: Elijah Wood
Assisti a esse filme ano passado durante o Festival de Cinema do Rio de Janeiro. Estava muito ansiosa porque já tinha ouvido falar muito dele em foruns de cinema e achava que ele tinha poucas chances de chegar ao Brasil. Pessoas, não me decepcionei! O filme é um dos melhores da safra 2005.
"Uma Vida Iluminada" narra a história de Jonathan Safran Foer (Elijah Wood), um rapaz judeu americano que tem por hobby colecionar objetos dos mais variados tipos. Antes de sua avó morrer, ela entrega a ele uma foto em que o avô, ainda jovem, está ao lado de uma moça de nome Augustine. Ficamos sabendo que foi essa moça que possibilitou a fuga do avô de Jonathan de sua terra natal, a Ucrânia, para os Estados Unidos na época da Segunda Guerra Mundial.
Curioso a respeito da jovem, Jonathan resolve ir à Ucrânia para achar Augustine ou algum familiar seu para agradecer o que a moça fez pelo seu avô no passado. Chegando no país, Jonathan passa a ter a companhia do hilário Alex, do avô de Alex (que acha que é cego) e a cadela Sammy Davis Jr. Jr. como guias pelos campos da Ucrânia a fim de encontrar a tal moça.
Assim começa uma emocionante jornada de volta ao passado, não só do jovem judeu mas também o nosso. Difícil não pensar em todos que vieram antes de nós, que tornaram possível nossa existência... Enquanto assistia ao filme fiquei pensando se de fato fazemos diferença na vida de alguém, se quando nosso tempo acabar, nossa memória permanecerá viva no coração de alguma pessoa. Gosto de pensar que sim.
Ah,se Jonathan encontra ou não Augustine, deixo para vocês descobrirem...
Até a próxima!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Hotel Ruanda

Difícil falar desse filme sem colocar política no meio. Não é novidade que a �frica vive num total abandono das potências-donas-do-mundo ocidentais (chega até ao clichê), porém daí para o que vemos em Hotel Ruanda e para o que vemos acontecer no Iraque, lugar rico em petróleo, ficamos abismados. Enquanto em Ruanda houve um total desinteresse ocidental, como mesmo disse o dono do hotel na Bélgica que salvar aquele povo não dava votos, vemos que no Iraque os EUA estão bem preocupados com o 'povo' a ponto de deixar suas tropas fazendo aniversário por lá.

O filme conta a história de Paul, o gerente de um hotel que é freqüentado por europeus, políticos e faz parte de um rede internacional de hotéis o qual o dono é belga. Foram belgas que colonizaram Ruanda e eles dividiram o povo em 'tutsis' e 'hutus'. Os tutsis eram uma minoria escolhida pra governar o país, por serem mais claros, terem nariz mais afilado e serem mais altos. Os hutus são maioria e quando os belgas abandonaram o poder o deixaram para os hutus, aos quais querem 'vingança' dos tutsis.

Paul é hutu, mas sua mulher é tutsi. Daí começa a saga dele pra salvar sua família, amigos, vizinhos e mais um tanto de pessoas que vão se refugiar no hotel. As crianças são alvos fáceis, como diz uma missionária da cruz vermelha 'eles estão matando as crianças para não haver uma próxima geração'. É um verdadeiro genocídio donde o ocidente vê tudo, homens matando os outros com facões, e fazem nada, lamentam somente a natureza assassina humana. No entanto, isso não é suficiente e Paul através de muito suborno e jogo de cintura vai tentando manter as pessoas do hotel vivas, principalmente sua mulher e seus filhos.

Termina-se de ver o filme torcendo pra que tudo não passe de uma deslavada ficção. Porém isso aconteceu não faz muito tempo. Mas não nos cansamos de relembrar o genocídio contra os judeus anos após anos... Contudo não temos olhos para o que acontece tão recentemente na �frica. Mas a culpa é da população de Ruanda, quem manda não ter dinheiro, petróleo ou diamantes para encher os olhos dos ricos banqueiros.

Este filme demorou muito para chegar nos circuito nacional e vale mesmo pelas maravilhosas interpretações e um ótimo roteiro. Mesmo não tendo sido foco da mídia o é um trabalho que merece ser divulgado na propaganda boca-a-boca.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Mais um TOP 10

Olá!
Abaixo estão listados os meus10 mais, os preferidos. Fiz esta lista depois que o Thiago lançou a idéia durante uma aula na faculdade. Após longos cálculos e muitas reflexões, sentindo-me numa quarta-feira de cinzas com apuração de notas de desfile de escola de samba, esses são os escolhidos:

1- Sociedade Dos Poetas Mortos: Adoro filmes cujo tema é relação aluno-professor e esse filme de Peter Weir que foca a vida de um grupo de rapazes reprimidos pelo rigor de seus pais e do internato onde estudam, para mim, é simplesmente o melhor. Belas atuações, frases e poemas que permanecem na mente mesmo depois do fim da fita. Ah, como eu queria que o Neil Perry fosse meu namorado!

2- Senhor dos Anéis 3 - O Retorno do Rei: Desfecho da história da Terra Média imaginada por Tolkien. Único caso que eu me lembro de ter gostado mais do filme do que do livro (isso vale para as 3 partes). Filme grandioso em todos os aspectos.

3- Em Busca Da Terra Do Nunca: A história do criador de Peter Pan contada de forma poética e tocante. Acho que nunca deixarei de me emocionar com a beleza da história do homem que muda para sempre a vida de uma mulher e seus quatro filhos. Primeira vez que as palavras "baseado em fatos reais" não me deixou dormir de luz acesa à noite e renovou minhas esperanças sobre a condição de amar dos homens.

4- Cold Mountain: Para muitos é um filme longo e cansativo. Para mim é uma bela história de amor que nem os horrores da Guerra Civil Americana e todos os percalços do caminho pôde colocar fim.Grande trilha sonora e Jude Law, mesmo desprovido de seu charmoso sotaque britânico. Lindo, lindo, lindo.

5- O Rei Leão: Numa época em que a garotada curte a alta tecnologia de desenhos como "Os Incríveis" e "Procurando Nemo", "O Rei Leão" nunca deixará de ser o melhor filme em desenho animado já produzido. Pode o tempo passar e a cena inicial, com o sol nascente da selva africana com os animais indo saldar o pequeno Simba ao som de " Circle Of Life" é a melhor abertura de um filme até hoje.

6- Titanic: Falem o que quiser, esse é um filme grandioso sob todos os aspectos. Reconstrução de época perfeita. Um grande amor, uma grande tragédia. Filme que me fez perceber que Leonardo diCaprio não era o grande amor da minha vida.

7-Antes do Por do Sol: A continuação, 10 anos depois, da história de Jesse e Celine, que se reencontram em Paris por conta do lançamento do livro de Jesse sobre uma única noite nas ruas de Vienna que teve o poder de mudar sua vida para sempre. Meu pobre coração sempre pára por um segundo na cena em que os 2 se vêem pela primeira vez, uma década depois.

8- Forrest Gump - O Contador De Histórias: Simplesmente amo Tom Hanks! Qualquer coisa que ele faça, para mim, sempre será genial. Não sei como alguém pode ficar indiferente à história de vida desse homem de pouca inteligência e grande coração, eternamente apaixonado por sua vizinha Jenny."Momma always said life is like a box of chocolates: you never know what you may find".

9- 'A Espera De Um Milagre: Outro filme com Tom Hanks liderando um grande elenco. Uma história que humaniza a relação entre policiais e os presos condenados à morte na cadeira elétrica. Confesso que, da minha lista, é o filme que menos vezes assisti. Um filme forte, que deixa as emoções à flor da pele. Para assisitr com uma caixa de lenços de papel ao lado.

10 - Antes do Amanhecer: Um pequeno grande filme. Um rapaz americano e uma garota francesa que se conhecem durante uma viagem de trem por Vienna forjam, em apenas uma noite, uma relação de amor e amizade que muitos de nós podem apenas sonhar em encontrar na vida. Filme que emociona e faz pensar.

And so it is... até a próxima!

domingo, janeiro 08, 2006

10 filmes que marcaram...

Aqui vai minha lista de 10 filmes que marcaram de alguma forma minha trajetória cinematográfica. Está em ordem de data que vi o filme.

Os Intocáveis – Primeiro filme que vi em vídeo cassete, conta a história de um grupo de policiais que querem colocar as mãos em Alcapone. Liderados por Kevin Costner, contam ainda com Sean Conery e Andy Garcia no elenco. Filme pra mim viciante que conta com a atmosfera policial.

Drácula de Bran Stoker – Foi o primeiro filme que vi várias vezes seguidas (7 para ser exata). É um Drácula ‘romanceado’ e com tom dramático, merecendo destaque as atuações que nos presenteiam com ótima atuações.

Apocalipse Now – Maravilho filme de guerra que critica veementemente a guerra do Vietnã. Marlon Brando o pouco que aparece na tela com ser personagem louco liderando selvagens na floresta é o marco dessa produção que visa alertar sobre a grande devastação psicológica sofrida pelos soldados.

Nó na Garganta – Um ‘comédia’ dessas de se fazer chorar. Debochado, conta a história de um menino que busca na imaginação a fuga para o cotidiano turbulento. Contudo, com suas traquinagens, deixa seus pais e vizinhos um tanto injuriados causando sérias conseqüências pra vida do menino. É um filme que não vejo mais em locadoras mas que merece uma atenção especial.

O Sétimo Selo – Um filme de Ingmar Bergman que conta a história de um cavaleiro que vindo das cruzadas passa a questionar a fé e existência de vida. Desafia a morte para uma partida de xadrez para que assim consiga decifrar o mistério divino. Uma obra maravilha que conta com belas reflexões a cerca da fé, morte e divindade.

Fale com Ela – Com seu tom poético abriu de vez as portas para o cinema alternativo na minha vida. Mesmo para aqueles que não são fãs de Almodóvar a história conquista com sua nuança delicada.

As Horas – Três mulheres, três histórias, três dramas em épocas diferentes. É retratada um pouco de Virgínia Woolf e seu processo criativo, assim a ênfase é mesmo no interior de cada personagem.

Laranja Mecânica – Obra-prima do cinema que conta a história de Alex, um jovem que pratica ultraviolência como diversão liderando seu bando de desordeiros que o traem, acabando na cadeia. Uma bela reflexão distópica que nos mostra as várias facetas da sociedade.

Fabuloso Destino de Amélie Poulan – Um doce de filme sobre uma moça que resolve ‘mudar’ sutilmente o cotidiano dos seus vizinhos com boas ações, contudo sua vida continua na inércia total... É leve e ao mesmo tempo conta com um roteiro muito inteligente.

Antes do Amanhecer – Um casal se encontra em uma viagem de trem na Europa e resolve descer e curtir Viena juntos. Diálogos inteligentes, o tipo de filme no qual nos transportamos para a tela.

sábado, janeiro 07, 2006

Claquete, um modo de pensar cinema. Mentes concatenadas em criticar, elogiar, saborear o que há no mercado cinematográfico. Cada uma conta com seu estilo inconfundível, além de gosto peculiar por um ou outro gênero.
Um primeiro passo do nosso blog será a famosa lista dos 10 filmes que mais apetecem a cada um com um breve comentário, com intuito de se fazer conhecer aos olhos do público e de um e outro, já que alguns membros não se conhecem.
Assim finalizo o tradicional 'primeiro post', aguardando que esta empreitada vingue e que possamos nos deleitar falando de uma assunto que tanto nos deslumbra e nos motiva a, incansavelmente, seguir comentando.