segunda-feira, novembro 12, 2007

El pasado

"As pessoas se abandonam."

A melancólica Buenos Aires e uma desconcertante história de amor.

O passado é um bloco inteiro que deve ser deixado para trás, diz Rimini para sua ex-mulher depois de 12 anos juntos. Sua mulher pede pra ele não deixar o fardo só para ela e ir buscar as fotos, para que sejam divididas entre eles. Ele não vai... Arranja uma nova namorada, cheia de vida, bonitona, mas o namoro não acaba bem por intervenção da ex-mulher e pelo interesse por uma outra. Ele acaba ficando com essa outra nova, casa, tem filho... E a ex-mulher novamente volta a procura-lo e sempre falando do passado.

Gael de tradutor, vai de mendigo até rato de academia. Vai pra cadeia, perde o direito de ver o filho e vira exemplo de como um homem pode voltar para uma mulher e terem um final feliz depois de anos em uma reunião de mulheres que foram largadas por seus maridos.

Esse filme só nos dá a certeza de que relacionamentos são complicados pq cada ser humano tem seu cosmo pessoal. Que relacionamentos são complicados pq às vezes duram mais do que eles supostamente deveriam durar. Ás vezes deveriam durar só uma noite... Mas duram demais, demais... E viram um bloco maciço difícil de se tirar de cima do pé.

Mas uma coisa é certa, ao se separar as fotos tudo se resolverá.

E o cinema continua....

Propondo uma nova fahse, venho aqui mudar cores e fontes, além de adicionar alguma firulas ao blog.

Vamos companheiros, vamos à luta.

:P

sexta-feira, agosto 31, 2007

Eça bem adaptado


Ok, não li o original. Contudo, pelo que estudei em literatura portuguesa sobre a obra, vejo que o roteirista e o diretor foram bem ao cerne da questão. O enredo gira em torno da traição de Luísa (Débora Falabela) com o sedutor primo Basílio (Fábio Assunção), relegando ao pobre (Reynaldo Giannechine) um belo par de chifres. Mas esse seria um enredo comum se não fosse a maquiavélica Juliana (Glória Pires), que ao achar os bilhetes apaixonados dos amantes no lixo passa a chantagiar a ponto de colocar a patroa para fazer o serviço doméstico.

Apesar das limitações óbvias de se passar Eça para as telonas, creio que a angústia psicológica se vê muito bem, nos deixando apreensivos e torcendo por um e outro, por vezes chocados. A ambição humana, a insatisfação, as convenções sócias e os valores de uma época (da nossa inclusive), são passadas de muito bem.

Creio que a personagem Juliana poderia ter tido mais destaque. Sim, porque ela, com certeza, é a estrela da história, afinal se não fosse na sua simplicidade ter a ‘maldade’ de infernizar a vida da patroa com o próprio pecado. Pecado esse que, a própria Luísa vai se perguntando se era necessário ter sido cometido, se valeu a pena (diante da indiferença do primo), se teria outro jeito a ser conduzido as chantagens.

O final, só Eça poderia nos dar “morreu pobrezinha, antes ela do que eu”.

quarta-feira, junho 06, 2007

Um labirinto quase sem saída



O Labirinto do Fauno é um filme que explora o limite da sensibilidade, as engrenagens da realidade e os caminhos tortuosos de nossa mente.

Quem não me conhece, viu o filme e ouviu desmedidos comentários de amigos e pouco conhecidos de que esse filme deveria ver, pois era minha cara, levaria certamente um susto em relação ao tipo de pessoa que sou. Mas não tem mistério, primeiramente sou apaixonada por labirintos e lendas/histórias sobre eles; já o filme mistura realidade e contos de fadas num eixo em que não se sabe quando começa um e acaba o outro. Ou melhor, qual seria o 'verdadeiro', será que os dois realmente existem juntos?

Usando a violência do mundo real e a morbidez do mundo imaginário para compor um ambiente que vai testar a sanidade da pequena heroína, a história vem com uma premissa mais simples do que se pensa: de abrir nossas mentes pra idéias diferentes, para o novo. Um exemplo disso é a dicotomia entre o personagem do terrível capitão Vidal (aquele q domina no ‘mundo real’), um ditador que combate os revolucionários – os vermelhos – que estão na floresta, e a pequena Ofélia, criança que se deixa acreditar no mundo novo que o Fauno lhe trás e crê que pode ser uma princesa em outro mundo.

Vemos que del Toro é mesmo fã de escatologia e com isso o filme perdeu um pouco da essência mítica. Trata de bem e mal de forma tão simplista e repetitiva que chega a ofuscar um pouco a bela fotografia. Mas apesar disso, vale a pena ver e se deliciar com os implícitos dentre imagens e idéias jogadas sutilmente pelo diretor. Em suma, um labirinto que por muito pouco ficava sem saída.

Fabíola Xavier

quinta-feira, maio 03, 2007

Letra & Música

Music & Lyrics. De: Marc Lawrence.Com Hugh Grant e Drew Barrymore. 2007

Para aproveitar o meu último dia de férias, achei que seria válido ir ao cinema para ver um filme, de preferência uma comédia romântica, que é o meu gênero preferido. A escolha foi "Letra e Música", um verdadeiro água-com-açúcar deliciosamente despretencioso!
Alex (Hugh Grant - HILÁRIO) é um cantor de uma banda pop -cujo nome é Pop! - que fez muito sucesso nos ano 80, porém a banda acabou e em 2007, ele vive de se apresentar em bailes de reunião de formatura e feiras agropecuárias pelos EUA cantando os velhos sucessos da banda e fazendo sua famosa reboladinha.
A chance de ser reconhecido novamente vem quando a maior cantora pop adolecente do momento, Cora Corman, o convida para escrever uma música que eles possam cantar em dueto. Alex tem menos de uma semana para compor a canção que pode ser a salvação de uma carreira capenga.
É aí que entra em cena Sophie (Drew Barrymorre), uma moça lindamente hipocondríaca que trabalha no spa de sua irmã mais velha (que aliás é fá de carteirinha do Pop!) e nas horas vagas molha plantas para os outros, uma espécie de 'personal gardener', se é que essa profissão existe. Acontece que Sophie estudou Literatura na faculdade e sabe muito bem como lidar com as palavras e isso é tudo o que Alex precisa, pois ele sabe compor melodias mas escrever letras nunca foi o seu forte. Um belo dia, regando as plantas do apê de Alex, Sophie tem o seu potencial notado e juntos começam a trabalhar na composição de uma música para a cantora da hora. Daí nasce "Way back into love" e uma relação de parceria que, óbvio, leva o casal a se apaixonar.
A trama desse filme é bem óbvia e esse não pode ser chamado de um grande filme, mas admito que gostei porque tanto Alex e Sophie tem que aprender algo que eu, particularmente, gostaria de saber: que a gente não pode viver do passado, seja ele glorioso ou frustrante, e temos que deixar o coração aberto para as novas aventuras da vida.
Filme para ver com o ser amado, de preferência num sábado chuvoso e com chocolate quente.
Até a próxima!

PS. O meu último dia de férias foi 02/03, mas por motivo de força maior não pude postar antes.

domingo, janeiro 14, 2007

Pequena Miss Sunshine

Sabe daqueles filmes que fazem chorar, rir, tudo junto? Bole por dentro e te convida pra rever sua própria vida? Foi algo assim com Pequena Miss Sunshine. Eu tinha até esperança de ter visto esse filme com o cinema vazio, mas chegou meia dúzia de gente e... Eu me senti sozinha ali do mesmo modo, como se o filme fosse todo pra mim. A Família problemática que se junta por um objetivo, o concurso de beleza da caçula, tem a histeria que encontramos na nossa própria, só que com um pouco mais de humor.

Uma das discussões em pauta é a da beleza, lógico. Quando a pequena pergunta para o avô “Eu sou bonita?”, ele responde positivamente, mas tento consciência de que ela nunca ganharia o concurso de beleza. Isso não é forte? E depois a família constatou que seria uma humilhação para a menina disputar com aquelas pequenas que pareciam ser modificada por laboratório para virarem pequenos adultos. O que estamos fazendo com nossas crianças?

Bem, ao menos descobrimos uma coisa ao ver aquele filme, somos tão bonitos; e não uma aberração que busca atenção, holofotes e que vende até a alma para ser ‘belo’. Algo do tipo.