quarta-feira, junho 06, 2007

Um labirinto quase sem saída



O Labirinto do Fauno é um filme que explora o limite da sensibilidade, as engrenagens da realidade e os caminhos tortuosos de nossa mente.

Quem não me conhece, viu o filme e ouviu desmedidos comentários de amigos e pouco conhecidos de que esse filme deveria ver, pois era minha cara, levaria certamente um susto em relação ao tipo de pessoa que sou. Mas não tem mistério, primeiramente sou apaixonada por labirintos e lendas/histórias sobre eles; já o filme mistura realidade e contos de fadas num eixo em que não se sabe quando começa um e acaba o outro. Ou melhor, qual seria o 'verdadeiro', será que os dois realmente existem juntos?

Usando a violência do mundo real e a morbidez do mundo imaginário para compor um ambiente que vai testar a sanidade da pequena heroína, a história vem com uma premissa mais simples do que se pensa: de abrir nossas mentes pra idéias diferentes, para o novo. Um exemplo disso é a dicotomia entre o personagem do terrível capitão Vidal (aquele q domina no ‘mundo real’), um ditador que combate os revolucionários – os vermelhos – que estão na floresta, e a pequena Ofélia, criança que se deixa acreditar no mundo novo que o Fauno lhe trás e crê que pode ser uma princesa em outro mundo.

Vemos que del Toro é mesmo fã de escatologia e com isso o filme perdeu um pouco da essência mítica. Trata de bem e mal de forma tão simplista e repetitiva que chega a ofuscar um pouco a bela fotografia. Mas apesar disso, vale a pena ver e se deliciar com os implícitos dentre imagens e idéias jogadas sutilmente pelo diretor. Em suma, um labirinto que por muito pouco ficava sem saída.

Fabíola Xavier

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